Notícia fresquinha do
UOL:
Ter um animal de estimação traz alegria, qualidade de vida e saúde (link)
Carla Uerlings
Do UOL, em São Paulo
Shutterstock
Para os humanos, a relação com seus animais de estimação é como um resgate da natureza
Um casamento pode se desfazer em pouco tempo. Já a relação entre um
humano e seu bicho de estimação, quase sempre, cumpre o “até que a morte
os separe”. É assim há pelo menos 10 mil anos, desde que o homem
domesticou cão e gato. Aos poucos, tornaram-se companheiros
inseparáveis e essa relação foi evoluindo ao longo do tempo.
Filmes como “Marley e Eu” e “Para sempre ao seu lado”, que mostram o
relacionamento entre os humanos e seus animais de estimação, não só
foram sucesso de bilheteria como levaram plateias às lágrimas.
Hoje, pesquisas e estudos em todo o mundo demonstram que a convivência
com os animais traz tranquilidade e bem-estar às pessoas. Alexandre
Rossi, especialista em comportamento animal e atualmente com o programa
“Missão Pet” no canal a cabo Nat Geo, vivencia de perto essa interação
benéfica.
“Quando levamos cães em locais com pessoas doentes, em especial
crianças, e idosos, constatamos a alegria que trazem. A relação é muito
diferente se há apenas humanos nas visitas”, relata Rossi.
O zootecnista lembra-se, em especial, de um golden retriever. “Era
muito interessante, porque ele sempre dava carinho e atenção à criança
que mais parecia triste. Ficava do lado e, aos poucos, ela começava a
brincar.”
Uma extensão de si mesmo
Detento convive com gato em penitenciária dos Estados Unidos;
segundo pesquisas, os felinos ajudam a trazer o lado sensível destes
homens
Rossi explica que, ao contrário dos visitantes que se comovem com as
histórias e muitas vezes não conseguem dar força às crianças e
velhinhos, os cães trazem leveza ao ambiente. “Eles brincam, fazem algo
engraçado e proporcionam momentos de muita descontração.”
Para quem perdeu a capacidade de se locomover, por acidente ou até
mesmo pela idade avançada, estar perto de um animal é se realizar
através dele. “Quando essa pessoa vê um cachorro brincando e correndo
como louco, é como se fosse uma extensão dele”, analisa Rossi.
Além disso, para quem quer emagrecer, ter um cão é uma excelente
pedida. Isso porque é necessário fazer passeios diários, assim, sem
perceber, a pessoa está se exercitando. Sem contar que, no caminho, vai
fazendo amizades e conhecendo gente nova.
Relacionamento saudável
Que conviver com animais desde cedo faz bem à saúde, proporcionando o
aparecimento de anticorpos e, deste modo, evitando futuras alergias, já
está comprovado cientificamente.
Agora, estudos já demonstraram que o contato com os animais aumenta a
produção de endorfina no organismo, o hormônio que causa prazer e
sensação de bem-estar. Além disso, o convívio com um cão ou gato diminui
a pressão sanguínea, os níveis de colesterol e do estresse e também
reduz o risco de problemas cardiovasculares.
Nos Estados Unidos, cachorros e gatos têm sido usados em prisões como
forma de melhorar o clima interno. Em uma penitenciária feminina de
Bedford Hills, as detentas ajudam a adestrar filhotes de labradores e
golden retrievers. Após um ano, eles são doados a pessoas com
deficiência físicas ou com estresse pós-traumático, como ex-veteranos de
guerra.
Em prisões de vários Estados, graças a parcerias com abrigos de
animais, gatos que estavam prestes a serem sacrificados são enviados
para que os prisioneiros cuidem deles. Muitos destes, no corredor da
morte. Para as autoridades locais, os gatos trazem o lado sensível
daqueles homens, como se fossem crianças. Além disso, a presença dos
felinos alivia a raiva e tira o estresse e a agressividade destes
condenados.
Cuide bem de seu pet
Alexandre Rossi dá dicas de como ter uma relação equilibrada com seu bichinho: |
Não mime seu cão ou gato. Isso não é saudável nem para o animal,
nem para você. Contrariado, ele pode ter atitudes agressivas |
Não facilite a vida de seu pet. Ele precisa preservar os
instintos. Faço-o farejar o que quer, use brinquedos que soltem a ração
aos poucos |
Caminhe, brinque com bolinha, faça com que ele se exercite. Isso é fundamental para a saúde dos animais |
Se você tem um cão, leve-o para passear, assim ele mantém contato com outros de sua raça |
Lembrem-se de que os animais, assim como os humanos, gostam de atenção e carinho |
Resgate da natureza
Segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para
Animais de Estimação), até o fim do ano, teremos 37,1 milhões de
cachorros e 21,4 milhões de gatos espalhados pelo país. É só andar
pelas ruas ou visitar casas e apartamentos para confirmar esses números.
Essa grande quantidade de pets na vida das pessoas talvez seja a busca
de algo que se perdeu com a vida corrida e estressante. “Hoje, vivemos
em um mundo com aspecto artificial, rodeado de tecnologia e praticamente
sem natureza por perto. A relação com os animais é uma forma de
resgatar esse contato. É a ligação do ser humano com algo mais natural”,
explica Carlos C. Alberts, professor de zoologia da UNESP no campus de
Assis.
Muitas vezes as pessoas estão cansadas de interagir umas com as outras e
elegem os animais para ter uma relação mais estável e até prazerosa.
“Os animais têm um comportamento automático. Quando percebem que outro é
mais forte, eles se submetem. Aí não há conflito e a relação torna-se
mais fácil”, comenta o professor Alberts.
E não deixa de ser muito prazeroso chegar em casa e ser recebido com
lambidas e pulos dos cães ou daquele entrelace dançante entre as pernas
que só os gatos sabem fazer.
Percepção que ajuda e salva
Além de proporcionar bem-estar psicológico, os animais também podem
ajudar os seres humanos de formas surpreendentes. Pesquisas comprovaram
que cães ajudam a detectar cânceres precoces. Por seu olfato apurado, os
cachorros descobrem a doença pelo cheiro alterado das pessoas que
apenas eles conseguem sentir.
Mas os felinos não ficam atrás. O professor Alberts relata a história
de um homem de 60 anos que descobriu estar com um tumor graças a seu
gato. De uma hora para a outra, o animal começou a colocar a patinha
próxima ao peito do dono e a miar sem parar. Fez isso várias vezes,
sempre no mesmo lugar. “A pessoa ficou cismada, procurou um médico e
recebeu o diagnóstico de um tumor que começava a se formar.”
Já especialistas do Centro de Pesquisa do Hospital de Brest, na França,
comprovaram que crianças autistas que passaram a ter um cão ou um gato,
quando já tinham mais de cinco anos de idade, têm mais chance de
apresentar melhora no relacionamento com outras pessoas se comparadas a
outras que já nasceram em lares com a presença algum bicho ou que
passaram a vida sem conviver com um.
Lorcan Dillon, um garoto inglês de sete anos, diagnosticado como
portador de mutismo seletivo ainda aos três anos de idade, começou a se
relacionar melhor com outras pessoas após ganhar uma gata. Sua mãe conta
que ele costuma dizer à gata “Eu te amo, Jessy”, fora que a felina
participa com ele de atividades e o ajuda a ter mais autoconfiança.
Também não é incomum vermos casos de animais que alertaram seus tutores
em casos de incêndios e até em terremotos e tsunamis, como os do Japão.
E, assim, conseguiram salvar suas vidas.
Letícia Cristina de Souza Teixeira, aos quatro anos, e sua gata
Marie "Cristina" em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP), em foto de
setembro de 2009. A menina que nasceu com hidrocefalia e faz
fisioterapia desde os 4 meses de idade passou a ser mais persistente no
tratamento depois que ganhou o bichinho de estimação
Você é gateiro ou cachorreiro?

Você já parou para pensar por que gosta mais de cachorro ou gato? Por que se identifica mais com Garfield ou Odie?
Segundo o professor Carlos C. Alberts, a diferença de comportamento dos dois animais pode explicar essa preferência. “O cachorro vê o ser humano como um líder. Em uma matilha, todos os cães querem agradar o líder, o veneram e são condicionados a ele”, comenta. Geralmente, uma pessoa que não se incomode com essa relação de dependência, se dará melhor com um cão.
Um gato visualiza o dono mais como uma mãe ou irmão mais velho. “Sua célula social é a família. Ele é amoroso, mas faz o que quer, tem certa independência”, explica o professor. Nesse caso, alguém que tenha as mesmas características escolherá um felino.
Cão de morador de rua leva facada para defender o dono de ladrão

Pessoas que circulam pelo bairro da Saúde, em São Paulo, se comovem com a relação de Sebastião Palermo e seus cães, Fred (à direita) e Diana. Morador de rua há 20 anos, Sebastião considera os animais como sua família.
O sentimento de fidelidade e amor pode ser traduzido pela atitude de Fred, que levou uma facada só para defender o dono de um ladrão. “Estava dormindo em frente a uma loja e um homem veio me roubar. O Fred percebeu, foi em cima dele e acabou levando a facada”, relembra.
O cachorro foi ajudado por moradores do local e, após passar por cirurgia, está bem. Sebastião cuida dele desde quando era filhotinho. “O Fred é filho da Diana. Eles são fundamentais na minha vida. Não sei o que seria de mim sem os dois”
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